Luanda testemunhou no passado dia 16. 03. 2014, a comemoração dos trigésimo terceiro aniversário “33º” (idade de Cristo) do Rapper e Activista Cívico MCK, celebrando com o seu primeiro grande Concerto na sala do Cine Atlântico.
Numa Produção e Realização da Masta K e Mano Mano, a actividade era daquelas muito esperadas pelo público amante do Rap e pelos Fiéis de Katró que viram o Rapper somar a 3ª obra discográfica sem nunca ter feito um grande concerto. Dizer ainda que não se podia apontar a falta de alguma experiência no ramo da Produção de Grandes Eventos, pois afinal, foi a Masta K quem Produziu e Realizou o Concerto de apresentação oficial do Álbum Kooltivar “Páginas rimadas do livro da minha vida” do consagrado Sr Kool Klever e ainda a Co Produção do Grande Concerto Show de Bob Da Rage Sense, ambos realizados na sala do Cine Atlântico.
O show teve uma duração total de quase 6 horas, mas as apresentações tardaram para 19h40, pois os convidados nacionais do artista para o evento, apresentaram se muito para além da hora marcada. Dizer que até as 19h15m, tirando o Mestre para a condução da cerimónia e o Dj Convidado, mais nenhum outro artista se fazia presente na zona reservada a eles que tivemos acesso.
Dj Pelé (Dj Oficial da Masta K) e Dj Samurai (CEO da MadTapes), Foram os responsabilizados a dar as boas vindas a todos os adeptos da Rima Honesta. Com uma Playlist repleta de bons sucessos pautados pela preferência aquelas músicas dos anos dourados do Rap, os dois souberam Representar o 1º Elemento do Hip Hop “O DJ”
A festa foi aberta por um dos grandes humoristas angolano, Gilmário Vemba integrante do quinteto Tunesas Teatro, foi o mestre da cerimónia, que com a lição bem estudada, soube fazer com que o público por instantes esquecesse da demora a que estava o Show. Entre rimas improvisadas e piadas bem acertadas onde quase sempre combinava alguma cena ligada ao Hip Hop, Gilmário deu o melhor de sí, caso pra dizer, o nosso muito OBRIGADO por teres dispensado parte do teu tempo para ficares connosco na festa do Ndengue Bebé.
SANGUINARIO foi o 1º músico convidado a chegar no local e foi também o 1º a subir ao Palco dando assim abertura a parte principal da festa. Sanguinário soube aproveitar e muito bem os seus 15 minutos de fama. Numa performance muito bem preparada e parece que ensaiada com o público que acompanhou todas as músicas do projecto “Oxigénio Vol.3”, de tal maneira que os inocentes devem ter ficado a se perguntar quando foi lançada a obra pois parece que todos já tem a obra em casa pela maneira como acompanhavam o representante da Kano Kortado.
KALLISTO, foi outro executor a ser chamado a intervir na festa. O CEO, Rapper, Produtor e Designer da Olimpo Record, foi um bocado inseguro na sua performance, acredito mesmo que tal deveu se a falta de mais palcos de tal dimensão e moldura humana na estrada do rapper. Temas muito bem escolhidos, ressaltaram os ouvidos de quem lá esteve e deu pra conhecer um pouco mais sobre o que teremos no álbum “Picasso”.
DRUNK O Fuckin Bêbado, Rapper do selo “Bar Aberto” e “Youth Kriminal”, voltou a ter uma performance muito a quem da sua real capacidade; e não estou a falar sem propriedade, afinal Drunk Master sempre nos mostrou performances muito boas e que a nada se comparam com as suas últimas aparições. Depois do desaire no Concerto de Kid MC no passado dia 01.03.14. Que pensamos ter sido fruto de alguma falta de qualidade no som, voltamos a ver um Jack Bêbado muito (sério) pra aquele que nos habituou com aquela voz sonante e dicção apurada. O Amanhã foi cantado como se fosse o Ontem e de Hard Core, nem aquele SUPER BEAT conseguiu salvar a performance do Sr do Alkhool e Rimas.
Pra o Drunk Master o recado é o seguinte: Queremos o Drunk Master e não esse... que vimos nas duas últimas vezes
KOOL KLEVER, é daqueles artistas que dispensa mesmo os meus comentários, até porque temos ligações boas e porque sou admirador desse artista, motivo mais que suficiente pra ser acusado de alguma parcialidade quando chamado a falar sobre esse Cérebro da Cérebro ou do HIP HOP Angolano?! Nem as Mulheres convidadas pro Show, lembraram se delas tão bem como fez esse Ícone do Hip Hop Angolano, ao dedicar a música “Black Woman” a todas as manas e foi muito bem acompanhado pelo publico presente na sala... Kota Kool, salute.
KID MC, a voz mais sonante da MadTapes, também foi daqueles artistas esperados da noite. Mesmo para quem esteve no se Grande concerto a 15 dias antes. Kid MC é conhecido pela força bruta que usa quando solta palavras com microfone armado. Detentor dum curriculum invejável, Kid MC já não é um rapper só do underground, Kid MC é um rapper da música angolana. Com a carreira a se internacionalizar, visto que já teve passagem por Portugal onde para além Show´s, participou no último álbum do conceituado Grupo Dealemma na música “A palavra é a arma”. Kid MC, não foi a explosão que se esperava e pra surpresa dos mais atentos, voltou a fazer uma apresentação em playback a semelhança do show anterior.
O que se passa mano Kid MC?
EVA RAP DIVA?
A Rainha Ginga do Rap, era a responsável oficial do mês das senhoras, a Eva cabia a tarefa de dizer “Yes we can” ou seja... Nós estamos aqui. Mas o que se viu foi um bocado de excesso de confiança aliada a pouca atenção que recebeu do Dj e simplesmente vimos a mana Ginga a desfraldar as nossas expectativas femininas como diria meu mano Sábio Louco.
Mana Ginga subiu ao palco com toda determinação que lhe caracteriza e até Freestyle fez, mas na hora mesmo em que devia representar... Mana Eva foi infeliz e acabou por abandonar o palco. Força nossa mana, sabemos que “Yes, you, Can... Do better”
PHAY GRANDE O Poeta do Katambor, era também uma das mais esperadas personagem da festa, visto que o Rapper pouco aparece nos Show´s, sejam eles grandes ou não. Motivos com certeza existem, mas a verdade é que ouve mesmo quem viu Phay Grand pela 1ª vez mesmo colecionando as obras registadas em nome do Artista sempre acompanhado da sua turma e do seu jeito descontraída de ser, Phay Grand aproveitou pra reclamar da popularidade que sua música tem pois quando elas estão a venda, nunca vê metade daquela população na compra. Com cerveja no bolso, Phay grand cantou e aconselhou aqueles que bebem e ainda assim vão as estradas conduzir...
FLAGELO URBANO
O Rei de Medina, chama-se Sambala. Poeta, Rapper, Produtor, enfim, Artista. É daqueles de quem muito tem pra se dizer quando a questão se chama qualidade. Flagelo é dono duma voz melancólica que transpira a alma duma Nação chorando, pedindo por paz para seus filhos. O Rei do silencioso santuário de Medina com a sua música de intervenção rápida tiveram tempo pra explicar porque “Dizem que sou louco”
Flagelo teve uma performance muito fraca talvez devido ao facto de faltar também algum palco na carreira do artista. O som também já não ajudou muito na performance do rapper que ao contrário de Kid MC e Drunk Master, possui uma voz menos aguda. Mas Flagelo é daqueles Rappers que cativa os adeptos da Rima Honesta dai ter sido ajudado pelo público simpatizante da sua boa música. Ao Rei de Medina, boa sorte, estamos já mesmo a espera do Álbum
KBIDE (BRASIL)
Foi o 1º dos convidados Internacionais a pisar o palco da Rima Honesta e como que de lição estudada, soube arrancar aplausos duma plateia que não o conhecia de lugar algum. Confesso que até eu que acompanho um pouco mais que o normal, o Hip Hop Brasileiro, nunca antes tinha ouvido falar desse Rapper.
Kbide (Lê se Cabide), soube muito também aproveitar os seus 15 minutos de fama, intercalando entre o Spoken Word e músicas, usando algum discurso baseado na Paz, Amor e União. Kbide deixou nos ainda a seguinte frase que na minha humilde opinião, gostaria que á levássemos a de debates, “MENOS RAP E MAIS HIP HOP”. Kbide só relembrou pra alguns, aquilo que já foi dito pela UNIVERSIDADE HIP HOP, que mais importante que qualquer rótulo que usamos, está o HIP HOP. Que não é mais importante ser se OLD SCHOOL, ou NEW SCHOOL, que o que na verdade importa mesmo é fazermos tudo pra termos um HIP HOP melhor.
Kbide prometeu voltar a Angola e espero que até lá, o trabalho dele tenha uma maior divulgação entre nós, até porque havia uma obra do rapper a ser vendida na pequena feira de produtos do Hip Hop criada no local.
MCK // KATROGI o anfitrião
Eram já 20h 44m quando o Anfitrião subiu ao Palco acompanhado pelo seu Backin vocal e pela Banda TPM (Março Mulher?). Katrogí sempre bem humorado e com aquele semblante de dever cumprido, saudou os seus Fieis com muita boa música do seu vasto RAPertório, todas elas foram acompanhadas com euforia pelos seus fieis, o autor de “Sei lá que” passeou classe e muito estilo, mostrou que os anos de palco foram muito bem aproveitados e que as experiências que acumulou pelas varias rondas que fez nas lides da Cultura, serviriam para um fim maior onde o beneficiado seria todo aquele que gosta de ouvir e ver o filho da Dona Domingas cantar. Ficou dji bom tamanho, as mudanças que MCK fez nalgumas coisas pra esse concerto. Na música “Circuito Fechado”. As vozes de Da Bullz e Agente Supremo, foram substituídas pelas de MC A e MENTE MAGIKA; ambos representantes da modalidade Free Style que é um dos instrumentos de treino dos MC´s. MC A e Mente Mágica tiveram a missão de mostrar ao vivo o que é o Free Style. O peso da responsabilidade surtiu efeito ao Mente Mágica que num dado momento perdeu se, e eu prefiro mesmo pensar que foi peso da responsabilidade (Afinal estavam no Concerto do MC Kneh?!), pois já vi o mano fazer muito melhor. Ainda assim desejar parabéns aos dois.
Recordar que para MC K, aquele foi não só um mais um momento no Show, como também um Back in the days, pois para quem não sabe, Katrogipolongopongo, até pouco antes do álbum Trincheira de ideias, era também um Rapper de Free Style.
A RRPL, não ficou só pelo MC A e Mente Mágica. Na música “Na fila do Banco”, vimos ainda pra surpresa geral, entrar MEDUZA MC, a Rainha de RRPL, a menina que na última edição venceu Barrabás e entrou pra história como sendo a 1ª menina a romper 1 Rapaz.
Ouve ainda o momento reservado para mais um Elemento do Hip Hop, “O Break Dance” representado pelo mais uma vez pelo grupo XTILO URBANO, que desafiou o Ndengue Bebé a recordar o seu primeiro contacto com o Hip Hop, mas enferrujado como estava, Katró não passou do improviso, deixando mesmo a tarefa pra quem sabe fazer com precisão. Parabéns ao Xtilo Urbano por continuarem
AZAGAIA (Moçambique) foi sem sombra de dúvidas a explosão da noite. Uma repetida lição de como fazer um concerto a luz dum público que gosta do teu trabalho. O cortador de lenhas atravessou venho do outro lado do Oceano acompanhado pelo seu Dj Nandele que se apresentou já a dizer que estavam aqui pra fazer Show. Começou se introduzindo com Cutz e Host, acompanhado pelo público, juntos chamavam por Azagaia, que apareceu com toda energia. Trajado com um fato afro, meio Militar, meio civil, decorado com as cores da Bandeira de Moçambique. Acompanhado ainda por três Bandeiras (Angola, Moçambique e Azagaia) que foram sendo abanadas pelas meninas até a hora em que o Show catapultou pra sua verdadeira face politizada.
Azagaia pegou na 1ª bandeira que no caso foi a de Moz, e perguntava ao público “Quem vendeu a nossa Pátria?”, fez isso por três vezes até mudar pra 2ª bandeira no caso a bandeira de Angola com a qual fez a mesma coisa. Tudo isso serviu como interlúdio da música “Países do medo” em que os Irmãos unidos cantaram como se de um Hino conjuntos dos Povos oprimidos dos dois Países se tratasse. A sala toda acompanhou a música que marcou o fim da passagem do Azaguiris na festa do Diarabi.
Mas não ainda o fim da festa…
Brigadeiro Mata Fracos, Ikonoklasta, ou seja lá quem era a personagem que entrou em palco atendendo ao chamado de Katró, foi o autor do outro momento marcante do concerto. Munido de muita coragem, Luaty Beirão, aproveitou antes de começar a cantar com MC K a música “A bala dói”, mandar alguns recados a todas aquelas pessoas que hoje o tem como inimigo ou até mesmo um simples adversário quer seja político ou até mesmo Rapper. Aproveitou ainda para distribuir umas cópias de um DVD cujo conteúdo não nos chegou ainda por alguma razão do destino.
Quase com lágrimas nos olhos, Mata fracos, fez apelo a o direito de cidadania a que todos temos direito, falou sobre as torturas e espancamentos ilícitos que como que por moda pautam hoje o cenário sócio – político nacional. DJ Pelé, interrompeu o discurso do Brigadeiro pela 2ª vez sendo que já antes havia feito e prontamente pediram lhe pra parar ainda porque não era o momento. A batida seguia e a performance foi obrigada a segui-lá também. Numa combinação entre encenação e dropping, os dois artistas deram o seu melhor para o rubro geral incluindo… Melhor virar a página.
O show segui o seu programa que previsivelmente terminaria com Diarabi cantando aquele que foi o seu ponto de partida para o topo. “A teknika, as Kauzas e as Konsekuências” ou simplesmente “Sei lá que”.
Nota positiva a Super Produção Independente da Masta K, as falhas não se tiveram o efeito negativo de provocar desanimo.
Nota positiva a performance de Sanguinário que dos convidados foi o que melhor soube aproveitar a sua oportunidade. Kool Klever também esteve muito bem. Sem esquecer os convidados internacionais que não deixaram os seus créditos em mão alheias
Ao resto dos convidados, vamos dar tudo de nós nas próximas oportunidades, afinal tratava se dum concerto e não de mais um simples ensaio.
Faltou o elemento Grafite (Não sabemos porque), pra uma representação completa dos 4 elementos do HIP HOP.
Estilo Urbano esteve bem e Katró deve treinar mais se quiser de facto um desafio com os homens do Break Dance.
A Rádio Vial mais uma vez falhou no controle técnico do som, que foi perdendo qualidade na medida que o show ia avançando, tirando assim mais uma qualidade ao show, mas ta se...
Apesar de não ter havido um momento que exigisse, notamos o péssimo trabalho da equipa de Segurança que permitiu que a área reservada a Imprensa, fosse invadida por pessoas sem Credenciais dificultando assim o trabalho. Vimos inclusive Segurança a Filmar o Show ao invés de fazer o trabalho de segurança. Ouve ainda alguns que se dignificaram informar o mundo via Facebook, sei lá o que, deixando nos ai a lutar com os intrusos. Foi mau isso ai.
Queremos mais shows e grandes produções para engrandecimento do Hip Hop Angolano.
Sem mais de momento
Texto: Seu Nelson e Edivaldo dos Santos
Fotos: Neidy Almeida
Estive lá, realmente o sanguinário foi o melhor, abriu com chave de ouro...... como ele mesmo disse: vamos abrir esta merda
ResponderEliminartbm gostei muito da actuação do sanguinário e gostaria de ter as músicas dele, ele canta muito fx, super actuação brother
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