CÃO POLICIA IMPEDE O SHOW DO KATRÓ
O termo "Cão Policia" é usado na linguagem comum angolana para designar a mais conhecida espécie canina alemã, o famoso pastor-alemão ou lobo-da-alsácia, frequentemente usado pela policia e exércitos militares ocidentais desde a primeira guerra mundial, pela sua multiplicidade de qualidades como lealdade, obediência e apurado faro de localização... Tal como os cães europeus, em Angola, os membros do "Zécutivo", agem como se tivessem sido adestrados a defender os interesses do "chefinho", envés dos mais nobres interesses da Nação.
Os princípios da liberdade e igualdade jurídica, são premissas fundamentais de qualquer Estado democrático e, devem ser encarados como interesses nacionais, tendo em vista a salvaguarda da paz que festejamos em feriado nacional no mês da mentira... Contrariamente ao anunciado em cartazes nas paredes do Rangel, Posts no Facebook ,Whatsapp, Spot radiofónico, Spot televisivo e outros custos de natureza própria na ordem dos 2.700.000,00 AKZ (Dois Milhões e Setecentos Mil kwanzas), o "SHOW DO BAIRRO DE MCK E CONVIDADOS" marcado para sábado, dia 17 de Maio, já não terá lugar no Salão Magnólia, no bairro do CCT, tudo porque, segundo os humildes jovens realizadores do evento, a Gestora do Espaço foi intimidada por um "cão policia", sim isto mesmo, ameaçada por alguém que segue a risca "as ordens superiores" como se de uma norma positiva se tratasse...
De acordo com os Jovens, Camarada Bento.. Sim este mesmo que estas a pensar, Bento, Ya novamente Bento, aquele cujo nome está associado a tortura de manifestantes e as mortes de Isaias Cassule e Alves Kamulingue... como os argumentos jurídico-legais do Decreto Presidencial, inconstitucional, número 111/11 eram insuficientes para impedir a actividade, pois, os pobres rapazes obedeceram todos requisitos e obstáculos burocráticos da referida Lei, nomeadamente: a Licença, Visto Cultural, documento das unhas, barbas e cabelo (risos), o regime angolano optou por enviar o seu "cão policia" pastor alemão e intimidar a gestora do recinto com ameaças graves, e outras desculpas anedóticas para não realização do Evento. Tão logo tomei conhecimento do episódio, aconselhei vivamente os Jovens a intentarem uma acção reivindicativa contra o espaço, de modo a exigir respeito a constituição e a lei, e consequente direito de retorno global dos custos, assim como das expectativas, interesses e prováveis danos morais. E a resposta dos também intimidados jovens foi a mesma da generalidade dos angolanos que sofrem violações calados, com receio dos cargos profissionais, pequenas regalias e " cambalachos" laborais... Sim, calados para não " estragar o pão". Bem, como eu posso falar, pois, conquistei este direito ao longo dos anos, através da livre exposição das minhas ideias e convicções, decidi denunciar essa atitude, convicto que ninguém poderá retirar meu cargo no Rap, ciente que, se esta publicação despertar a consciência jurídica do dono dos cães, até mesmo a Sra. Ministra da Cultura, envés de proteger o seu pão estará a coloca-lo no Gasóleo.
É assim que acontece nos países normais! Figuras com responsabilidades públicas como segundo secretário do MPLA e o Director Provincial da Cultura, também envolvidos nos capítulos desta novela de acordo com os organizadores, seriam certamente suspensos, caso os mais de mil rangelitos, decidissem mesmo realizar uma manifestação em defesa do artista, em conformidade com as bocas das ruas, pois, a PNA não consegue gerir trezentos manifestantes, e o " Chefinho", detesta reivindicações públicas.
Fica como um dado de registo para o Censo que começa hoje, mais um Show Barrado de um artista angolano chamado MCK, e se eventualmente o objectivo for afastar o Diaraby das massas, os resultados do inquérito serão opostos a pretensão, pois, as coisas proibidas despertam a curiosidade e ganham elevado valor comercial... drogas, pornografia, armas e prostituição, apesar de serem negócios proibidos, rendem milhões de dólares aos seus agentes económicos.
A falta de inteligência do nosso serviço de inteligência e restantes servidores públicos financiam a minha popularidade todos os dias, nem o Censo terá capacidade de identificar a quantidade e qualidade das pessoas interessadas em ouvir MCK depois desta proibição. Quem sabe assim, o "Angola 35 Graus" me ofereça o troféu de "líder dos shows barrados".
Texto: MCK
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